quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Memórias da Infância e Juventude de minha Avó Jurema e meu Avô Valdomiro.


Tanto a infância quanto a juventude de minha avó Jurema Fabi, não foi nada fácil. Como mencionei na postagem anterior, ela trabalhou desde os dez anos de idade. Sua infância se resumiu em: ir para a escola, ajudar a preparar as refeições para os demais alunos, recolher as sobras de comida e levá-las até seus familiares que trabalhavam no serviço pesado.

Com relação aos estudos, minha querida avó teve a oportunidade de concluir o ensino fundamental, porém, não conseguiu “assimilar” muito a leitura e a escrita. Comparada à vida de meu avô Valdomiro, ela não teve tantas dificuldades.

Já na infância e na juventude de meu avô, consigo perceber que houve muito sofrimento e muita tristeza. Infelizmente, meu avô também começou a trabalhar muito cedo, com dez anos. Ele não teve tantas oportunidades como minha avó, por exemplo: Não conseguiu terminar o ensino fundamental, trabalhou em vários locais, não somente na “roça”, para simplesmente ajudar seus pais a pôr comida na mesa.

Ainda adolescente, teve que partir para Santa Catarina, onde conheceu o verdadeiro significado da palavra “sofrer”. Perdeu duas irmãs ainda jovens e passou por algumas doenças, que quase o levaram a morte.

Entretanto, a vida de ambos sempre foi regada de muitos sonhos e ambições. Apesar de sofrerem pelos entreveros que lhes foram impostos, minha avó, por exemplo, sempre sonhou em formar-se Costureira e fazer suas “roupinhas”; Meu avô mencionou-me que quando era mais novo, sempre teve o desejo de mexer com carros, com ferramentas desse feitio, porém, a realidade era totalmente o contrário.





“Você não pode evitar que a dificuldade bata à sua porta; mas não há necessidade de oferecer-lhe uma cadeira.”  Joseph Joubert.


                                - Charline Zaccaria Fabi.


terça-feira, 12 de agosto de 2014

 Memórias de meus avós Valdomiro e Jurema Fabi


        Nós, adolescentes, vivemos em um mundo em que conseguimos tudo de “mão beijada”, que não precisamos nos “esforçar” tanto para conquistar algumas coisas,... Só que nem sempre foi assim, aliás, não é assim. E eu, neste pequeno momento, irei relatar a história de vida de meus avós; Jurema e Valdomiro Fabi, que mais do que ninguém, sabem o que é passar por grandes dificuldades para simplesmente ter um prato de comida na mesa.


         Primeiramente irei relatar um pouco da trajetória de meu avô. Nascido em Veranópolis e criado em Santa Catarina, Valdomiro Fabi sempre soube o que é precisar trabalhar desde pequeno, passando por inúmeras dificuldades.
  

         No momento em que chegaram a Santa Catarina, toda família deparou-se com inúmeros afazeres e serviços pesados. Foram então, a procura de materiais de fácil acesso (madeiras, taipas...), para fazer a construção de sua moradia.


         No decorrer de suas vidas naquele local, passaram por inúmeras necessidades. A alimentação era extremamente difícil, um litro de leite deveria servir para todos, ou seja, doze pessoas. Alimentavam-se de erva-mate, caça de animais selvagens, e quando “davam sorte”, conseguiam comer polenta e pão torrado na brasa.


         Assim foram crescendo, como conseguiam. Porém, infelizmente, doenças se alastraram por toda parte, onde os mesmos residiam. Sua irmã, a mais nova, de cinco anos na época, faleceu com uma doença acarretada devido às más condições de alimentação, água imprópria para consumo e falta de higiene, devido a pouca renda familiar.



         Todos muito tristes tiveram que continuar suas vidas. Com o tempo, a cidadezinha de Guaraciaba foi crescendo e eles puderam estudar e melhorar um pouco de vida. Entretanto, outra tragédia cai sobre a família. Sua outra irmã, de dezoito anos na época, também falece; começando com anemia, acarretando uma doença muito grave: Leucemia.



         Meu avô trabalhou desde os dez anos de idade. Estudou muito pouco, mais precisamente até a quarta série. Assim, no serviço pesado, trabalhou até os trinta anos, já estando casado, com sua atual esposa, minha avó; Jurema Gasparin.

         Jurema. Minha avó, nascida e criada na comunidade do Pedancino, Veranópolis, não teve uma vida tão difícil, se comparada a de meu avô. Pôde estudar até a sexta série, e comida, casa e água, nunca lhe faltaram.

         Trabalhou, também, desde os dez anos, no serviço pesado. Quando estudava, passava a levar as sobra de comida da escola, para quem trabalhava na roça. 

          Ela, juntamente com seus pais, possuía meio de transporte da época; o cavalo, conseguindo assim, ir até “o centro da cidade”. Fazendo curso de costura três vezes por semana, no Círculo Operário de Veranópolis.


         Com vinte e um anos, conheceu meu avô, Valdomiro Fabi (que havia retornado para Veranópolis aos 22 anos). Namoraram por um ano via carta e no dia dezenove de fevereiro de 1966, casaram-se na Igreja São Luiz Gonzaga. Viajaram para Santa Catarina, novamente, dois dias depois do casamento.



         Moraram com meus bisavós durante cinco anos, tendo três filhos: Ângela, Clóvis e Clemar, meu pai. Trabalharam sempre no serviço pesado, cansaram. Decidiram então, voltar para Veranópolis, em busca de uma vida melhor, devido ao crescimento da família. Até adquirirem estabilidade familiar aqui em Veranópolis, moraram com uma irmã de minha avó. Minha avó veio para cá, grávida e infelizmente pariu seu filho Claudiomar, morto.



         Cerca de dois anos depois, Valdomiro e Jurema, tiveram mais três filhos: Diane, Crisnando e a caçula, nove anos depois, minha avó já possuindo quarenta anos de idade; Oana. Depois do nascimento de minha tia, a “safra secou” e eles criaram os seis filhos com muito amor e carinho, procurando nunca deixar faltar nada.

         Eu fui a primeira neta dos dois e a mais “cocolada”. Hoje meu avô possui setenta e um anos e minha avó, setenta. Agora já somos em sete netos e uma bisneta.

         Com eles é só alegria. Falta apenas um ano e meio para meus avós completarem cinquenta anos de casados. Cinquenta anos de muito amor, cumplicidade e companheirismo. 

      
           




"Cada ruga representa uma história. E são tantas... Quantas experiências... Quantas histórias para contar... Quantos conselhos para dar... Quanta paciência para me aturar. Esqueceram-se de suas vidas para viver em função da minha. Sempre cheios de atenção, de carinho, de amor. Vocês são o meio termo... O equilíbrio... A palavra de esperança, o colo que acolhe, o ombro, que apesar de cansado, apoia. Vocês são tudo de bom e de belo. Meus avós queridos, tenho o maior orgulho de ser sua neta! Neta dessas duas grandes pessoas!"



                                       - Charline Zaccaria Fabi.





Memória do nascimento da minha avó Gemi

         Filha de Osório Lorenço Rikelmo Marangoni e Maria Segunda Orsi, Gemi Marangoni, nasceu no dia 21 de fevereiro de 1933, no antigo Retiro, hoje Santa Bárbara.
           Naquela época poucas pessoas tinha acesso ao hospital, por isso Gemi nasceu num quarto, no sobrado da casa, ao sentir as contrações do parto, Sr. Lourenço foi buscar a parteira enquanto Dona Maria ficava em casa com os outros quatro filhos, Antônio, Danuncio, Danilo e Irema e sofrendo as dores do parto.
          Depois de Gemi nasceram mais cinco filhos: Dinarte, Remo, Rômulo, Zenaide e Luiz.
          Osório Lorenço Rikelmo nasceu no dia 16 de julho de 1904, falecendo dia 24 de outubro de 1950 com 46 anos. Maria Segunda nasceu no dia 27 de dezembro de 1906 e faleceu doa 16 de março de 1992 com 86 anos.
          Gemi é a quinta filha do casal, ao todos são dez. Hoje, depois de muitos anos, todos os irmãos de Gemi falecerem, a apenas 20 dias, o irmão mais novo, Luiz, faleceu. 

Conhecendo meus avós e sua história de vida...
v Local de nascimento: Linha Seca - Ronda Alta – RS.
v Filiação: Segundo Zanella e Amélia Zanella.
v Irmãos: Euclides, Leonilda, Luís, Geni, Hélio, Amélio, Carmen e Neiva.
v História de vida(resumo):    Na infância, passava todos os dias em casa e brincava com boneca de pano e de milho, freqüentava a escola raramente,por proibição do pai.  Trabalhava na lavoura, lavrava de arado na roça. E mais tarde lidava também com animais do sítio.
Aos 17 anos casou-se, e continuou trabalhando na lavoura.
Depois veio os filhos: Ivania, Silvânia e Ivan.
Mais tarde depois do nascimento da 1ª neta, mudou-se para Veranópolis e trabalhou por algum tempo na fábrica JT MÓVEIS.

Hoje, ela é aposentada, e meio que moro com ela, pois a faço companhia.
Ana Maria Martins de Oliveira

Isso mesmo, Ana Maria Martins de Oliveira, nome dado a uma guerreira, lutadora, rainha e minha AVÓ. Aquela que lutou e luta pra estar onde está agora. Ela nasceu em Carazinho no Hospital de Caridade, em 28 de Abril de 1956. É filha de Augusto de Oliveira e Elcy Martins de Oliveira. Tem como irmãos, Terezinha de Jesus Martins de Oliveira e José Luís Martins de Oliveira.
“Minha vida sempre foi muito difícil, trabalhei desde meus 8 anos de idade. O dia mais marcante de minha vida, foi quando ganhei uma bicicleta Monareta, eu usava-a para trabalhar, isso aos meus 9 anos de idade.
Minha adolescência foi bastante conturbada, com pai alcóolatra e mãe guerreira, sofrida. Tudo de bom que aprendi, foi com minha mãe. Uma grande decepção marcou minha vida aos 14/15 anos, mas prefiro não registrar.
Ah, a escola... eu até estudava, mas não gostava.
Casei-me muito cedo, tinha apenas 17 anos, com Inácio Irio Hartmann para poder agradar minha mãe. Era o sonho dela ver uma filha casar-se na igreja.
Então, tive 3 filhos: Graciele Hartmann aos 20 anos, Cristiane Hartmann aos 25 anos e Cristian Hartmann aos 28 anos.
Quando minha primeira filha completou 3 anos, deixei-a com minha mãe e viajei para o Mato Grosso do Sul com meu marido. Foi muito difícil. Na volta, minha filha já havia completado 4 anos, porém, nem me reconheceu como sua mãe. Triste.
Ao completar 22 anos de casada, separei-me. A luta para terminar de criar os filhos foi grande.
Aos 45 anos, reencontrei  um antigo namorado e vivemos por mais 12 anos juntos.
Hoje, com 58 anos, moro com meus dois últimos filhos e uma neta.
Ao total, são 6 netos, inclusive Ana Gabriela Seben, minha neta mais velha.

Posso dizer que sou quase uma pessoa totalmente realizada.”