sexta-feira, 5 de setembro de 2014

TRABALHO E EDUCAÇÃO - DINA DALL'AGO SCUSSEL

“A maioria dos professores eram de Porto Alegre. De Veranópolis havia a professora Sueli Farina, e de Monte Vêneto (hoje município de Cotiporã) tínhamos o famoso professor José Mauro, que além de ensinar todas as disciplinas, como Português, Matemática, História, Geografia, Desenho e trabalhos manuais, era um excelente músico, atuando na Banda de Música de Cotiporã. Os trabalhos manuais eram diversos, bem como trabalhos com pintura. Não existiam muitos livros, mas comprávamos a “Seleta” do 5° ano. Na maioria das vezes os professores escreviam no quadro negro e nós copiávamos em blocos, passando a limpo em cadernos. O uniforme era de saia azul marinho pregueada. A blusa, o tênis e as meias eram brancas.

O aprendizado escolar de bordado foi ensinado pela professora Cenira Velho, de Caxias do Sul, e foi o que possibilitou que mais tarde eu pudesse bordar para outras pessoas, ganhando meu dinheiro.” Diz Dina sobre sua educação e seu trabalho.


Dina (de vestido poá) passeando em frente à escola que estudou, com suas amigas, por volta de 1945.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Infância e juventude: Rineo Antônio Cassol e Terezinha Alban Cassol

   Naquele tempo, tanto minha avó como meu avô tinham que acordar e antes de ir para escola  ajudavam  seus pais nos afazeres da vida rural. Minha vó tinha que carpir a plantação de milho que havia na sua moradia até a hora do café, depois disso ia de apé até à escola, estudou até a 4ª série e enquanto via seus colegas brincando no recreio, ela tinha que plantar e cuidar as plantações de sua escola para conseguir cadernos e livros.
   Com meu avô não foi muito diferente, acordava para tirar leite antes de ir para o colégio, ia de sua casa até a escola trançando chapéus para conseguir comprar seus cadernos.
  A infância deles não foi nenhum pouco fácil, pois eles trabalharam a maior parte do tempo com os pais, não tinham tempo para estudar e nem condições.
  Já a juventude foi um pouco melhor,eles iam em bailes nas capelas vizinhas sempre acompanhados dos pais, não tinham a liberdade que temos hoje. Existia uma coisa engraçada na capela onde os dois moravam, o chamado "pucherão", todos deviam ajudar a carpi plantações de milho e em troca na parte da noite tinham bailes, que começavam no começo da noite e terminavam na manhã seguinte. 
   Para eles, tudo que passaram foi divertido, pois como para nós existem momentos inesquecíveis, este vai ser um que meus avós nunca irão esquecer. Eles se divertiam sem precisar beber, fumar e aprontar e sim levavam a vida apesar da dificuldades, da melhor maneira possível.
    

Trabalho e educação - Cleuza Rodrigues Lora


       Na minha infância nunca fui para a escola, tinha que trabalhar na roça para ajudar meus pais, tinha que cuidar dos animais, lavar a roupa, cozinhar e cuidar dos meus irmãos. Não ia para a escola porque morávamos na roça e a escola ficava a 10 km longe de  casa e não havia transporte.

      A vida sempre foi difícil, trabalhei da roça desde pequena e quando vim moar na cidade trabalhei de doméstica mais de 25 anos, trabalhava em casas e também trabalhei para a prefeitura. A alguns anos atrás comecei a trabalhar numa fábrica de calça jeans da Bivik que fica em frente de casa, onde continuo trabalhando.

      Há dois anos atrás, decidi voltar para a escola, estou estudando para aprender a ler e a escrever, o que antes eu não sabia, continuo frequentando a escola e estou muito feliz por ter a oportunidade de poder frequentar a escola e me alfabetizar mesmo com a idade que eu tenho.




terça-feira, 2 de setembro de 2014

MEMÓRIAS DE MEUS AVÓS RINEO ANTÔNIO CASSOL E TEREZINHA ALBAN CASSOL


        Como todos que nasceram antigamente, com meus avós não foi diferente. Passaram por necessidades e sofrimentos que levarão pelo resto de suas vidas.
       Primeiramente vou relatar a história de vida de meu avô, Rineo Antônio Cassol, filho de João Miguel Cassol e Santina Cechin, que tiveram 12 filhos, dentre eles, meu avô, nascido dia 11 de março de 1948 na Capela São Rafael, interior de Ibiraiaras, hoje com 66 anos.
        Infelizmente, meus bisavôs não tiveram um casamento prolongado, pois naquele tempo os partos eram realizados em casa, minha bisavó estava grávida de seu 12º filho, já havia perdido dois, Leomar faleceu com 18 anos, pois teve uma parada cardíaca e Sueli faleceu com 21 anos, devido ao câncer que havia se espalhado por todos os órgãos, e como relatei anteriormente ela estava grávida e no parto acabou falecendo para salvar a vida de sua caçula. 
       Meu bisavô criou os filhos com muita garra, meu avô conta que todos os dias iam para roça plantar e colher para conseguir comer, nunca faltou comida, mas a necessidade de higienização, do alimentar-se bem eles não tinham. E assim foi até todos ficarem adultos e sair de casa para terem suas próprias vidas.
    Com minha avó não foi tão diferente. Terezinha Alban Cassol, filha de Hercília Alban Volpato e Domingos Alban, nascida dia 26 de junho de 1942 na Capela São Rafael, interior de Ibiraiaras, hoje com 72 anos, teve 8 irmãos e até hoje todos permanecem vivos, sofreu muito com a falta de comida e por ser a irmã mais velha cuidou de todos como se fosse mãe, trabalhou com seus pais plantando e fazendo com que tivessem o que comer no outro dia.
     Meus avós se conheceram em uma festa de Capela que existe até hoje e que faze maior sucesso, namoraram dentro das condições que eram impostas pelos seus pais, e continuaram firme e forte até hoje, com seus 5 filhos bem encaminhados.
      Tenho orgulho de dizer que estes fazem parte do sangue que tenho nas veias, pois sei que eles são pessoas do bem que todos admiram e me orgulho também por saber que já passaram por dificuldades que eu nunca irei passar e conseguiram se manter fortes até hoje. AMO MUITO MEUS AVÓS!!!!! 

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Educação e trabalho - Luiz e Irema Parise

"Educação era como nos dias atuais, íamos todos os dias na escola, porém, lá nos ensinavam a rezar, como na catequese atualmente, e todos os domingos éramos 'obrigados' ir à missa. O que diferenciava a educação de antigamente para a educação de agora é que antigamente os professores eram como pais, podiam 'surrar', castigar e nós tínhamos que ficar quietos. Havia o 'famoso' canto do grão de milho. Eu (Luiz) estudava na Capela São Pedro - Linha 7 de Setembro, não sei ler nem escrever até os dias atuais, estudei até a 2ª série, mas em matemática ensinava até meu professor, o senhor Guerino Cosmo Rigon. A Irema estudava em Santo Antônio da Segunda, sendo sua professora a senhora Rosa Reche. Não tínhamos uniforme, íamos de pés descalços, mesmo no inverno. Quanto ao trabalho, sempre trabalhamos, desde pequenos na roça, e foi assim até os 33 anos quando eu (Luiz) comecei trabalhar na E.R Amantino, depois fui para a Oleoplan S.A e por fim na Alpargatas até a minha aposentadoria."