Memórias Compartilhadas - História dos Avós
O blog Memórias Compartilhadas faz parte de um Projeto sobre as histórias de vida dos avós das estudantes do Curso Normal da Escola Regina Coeli, do município de Veranópolis.
sexta-feira, 7 de agosto de 2015
" O Tempo passa e de tudo fica a obra inteira de uma vida !"
“A gente tem tantas memórias. Eu fico pensando se o mais difícil no tempo que passa não será exatamente isso. O acúmulo de memórias, a montanha de lembranças que você vai juntando por dentro. De repente o presente, qualquer coisa presente. Uma rua, por exemplo. Há pouco, quando você passou [...] eu olhei e pensei, eu já morei ali [...]. E a rua não é mais a mesma, demoliram o edifício. As ruas vão mudando, os edifícios vão sendo destruídos. Mas continuam inteiros dentro de você.”
Caio Fernando Abreu, em Onde Andará Dulce Veiga? (1991 , p. 188)
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
Educação e trabalho - José e Santina Bessega
Meus avós moravam na roça. Meu avó era analfabeto, sabia apenas escrever seu nome e fazer contas, nunca frequentou a escola, aprender a escrever seu nome foi a única forma que lhe foi ensinado algo. Sempre trabalhou na colônia, possuía animais e parreirais de uva. Tinha, além disso, um alambique, onde produzia a "graspa do Bépi", como era conhecida por todos. Sempre trabalhou muito, para ajudar a sua família e para, posteriormente, criar seus 9 filhos.
Minha avó, Santina, também era analfabeta, porém, não sabia escrever nem seu nome. Sempre foi criada para ser dona de casa, onde sua mãe a ensinou a bordar, cozinhar, lavar, passar e todas as funções que exerceu sua vida toda, cuidando muito de todos.
Minha avó, Santina, também era analfabeta, porém, não sabia escrever nem seu nome. Sempre foi criada para ser dona de casa, onde sua mãe a ensinou a bordar, cozinhar, lavar, passar e todas as funções que exerceu sua vida toda, cuidando muito de todos.
sexta-feira, 3 de outubro de 2014
Locais de Encontro de Valdomiro Fabi
Quando conversei com meu avô ele mostrou um sorriso largo no
rosto. Mencionou as seguintes palavras:
“Eu morava em Santa Catarina. Morei lá por muito tempo, só passava
umas semanas aqui em Veranópolis para poder me encontrar com a tua avó. Nós
costumávamos caminhar de mãos dadas pelas ruas próximas à praça daqui e íamos à
missa na Igreja Matriz.
Sentávamos nos bancos que ainda continuam aqui hoje e ‘namorávamos’.
Mas não vá pensar que nós nos beijávamos, como vocês fazem hoje em dia, “pa mor
de Dio”! “Nós só conversávamos, nosso namoro era assim e nosso local de
encontro era a praça mesmo.”
Centro de Veranópolis antigamente. |
Centro de Veranópolis atualmente. |
Valdomiro Fabi. |
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
LUGARES DE ENCONTRO - DINA DALL'AGO SCUSSEL
"Os encontros das amigas e amigos, na maioria das vezes, eram na Praça da Matriz de Cotiporã. Também, fazíamos piqueniques nas casas das amigas que moravam no interior. Buscávamos frutas, principalmente na época das quaresmas e laranjas." diz Dina.
Construção
da Igreja Matriz e praça de Cotiporã por imigrantes italianos liderados pelo Padre
Eugênio Medichesqui, sendo inaugurada no ano de 1910.
Atual Igreja Matriz e praça de Cotiporã.
"Sobre o Monumento de Mansueto Bernardi localizado na Praça XV de Novembro, sei que foi construído em sua homenagem. Meu antigo professor, José Mauro, de Cotiporã, falava muito para os alunos do grande escritor que era Mansueto Bernardi" relata Dina.
Monumento - Mansueto Bernardi – Veranópolis - RS
Alice Scussel e Cristiane Frata
Biografia
de Mansueto Bernardi: Mansueto Bernardi foi um escritor, poeta e político ítalo-brasileiro.
Veio
recém nascido para o Brasil com sua família, que se instalou em Dois Lajeados.
Alfabetizado aos doze anos, formou-se professor primário em Montenegro, porém
continuou sua formação de maneira autodidata. Naturalizou-se brasileiro e lecionou de 1905 a 1907 em Lagoa
Vermelha, logo depois, até 1909 em Veranópolis.
Em 1909, passou em primeiro
lugar no concurso do Tesouro do Estado, sendo promovido sucessivamente.
Chefiou, a partir de 1914, a inspeção de coletorias e da revisão do Imposto na
fronteira e centro oeste do Estado, trabalho que projetou sua carreira
administrativa. Casou-se, em 1915, com Idalina Mariante da Costa com quem viveu toda a
vida.
Foi
também redator da revista lítero-social Kodak e do jornal Correio do
Povo na década de
1910, no qual colaborou até o fim de sua vida.
Em 1917, foi nomeado oficial
de gabinete do presidente da província e, em 1919, secretário da
Presidência do Estado. Em 1918 publicou, pela Livraria do
Globo, o poema Terra Convalescente. Em 1919 foi nomeado
oficial da Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul, assumindo depois outros
cargos públicos.
De
1918 a 1930 foi
fundador e diretor da Revista do
Globo, administrador da Livraria do
Globo e o de um dos fundadores do Almanaque do Globo,
juntamente com João Pinto da Silva, crítico, ensaísta e historiador literário.
Considerado braço direito de Henrique
Bertaso, dono da Livraria do Globo, foi responsável pela divulgação
de importantes escritores gaúchos como: Érico Veríssimo, Mário
Quintana, Pedro Vergara, Manoelito de Ornellas, Vargas Neto, Augusto Meyer, Rui Cirne
Lima, Teodomiro Tostes, Athos Damasceno Ferreira, Darcy
Azambuja, Roque Callage, Rubens de Barcelos, Alcides Maia, Moisés
Vellinho e Zeferino
Brasil. Também selecionava obras de literatura estrangeira para serem
traduzidos e publicados no Brasil.
Foi
responsável pela contratação de Érico Veríssimo, na época praticamente
desconhecido e desempregado, para trabalhar na Livraria do Globo.
Foi
nomeado prefeito de São Leopoldo por Borges de Medeiros. Seu mandato foi bem
realizado e logo depois foi eleito pelo voto direto. Durante sua gestão
construiu a primeira estrada pavimentada do estado, a São Leopoldo – Porto Alegre,
conhecida atualmente como Estrada Velha, também realizou obras de saneamento e
fornecimento de água potável à população.
Realizou,
em 1926,
a primeira reunião dos Contos gauchescos e lendas do sul, de Simões Lopes Neto, já falecido.
Participou
no movimento que veio a culminar na Revolução de 1930, que levou Getúlio
Vargas, de quem era amigo pessoal, à presidência. Participou do
governo Vargas, inicialmente como diretor do Serviço Oficial de Informações e
Controle de Notícias, foi depois nomeado, em 1931, diretor da Casa da Moeda, tendo elaborado o projeto
da criação do sistema monetário nacional, que tinha por base o cruzeiro.
Também redigiu a lei que regulava a extração da Loteria.
Aderiu,
após a revolução, ao movimento integralista, criado por Plínio
Salgado, onde foi membro da Câmara dos Quarenta e, em virtude disso,
preso por ordem da ditadura do Estado Novo em 1938. Solto, logo depois
foi destituído do cargo de diretor da Casa da Moeda e reintegrado à sua função
pública na Secretaria do Interior e da Justiça do Rio Grande do Sul.
Aposentou-se logo depois, em 1942, e retornou para Veranópolis.
Afetado
por uma doença nos olhos, seu final de vida foi dominado pela falta de visão.
A
casa que construiu em 1946, a Vila Bernardi, onde residiu nas últimas duas
décadas de sua vida, com sua biblioteca de
3500 livros, é hoje ponto turístico da cidade de Veranópolis.
Informações sobre o monumento
Localiza-se em Veranópolis, Centro;
Do lado direito da Igreja Matriz;
Está de gravata e terno;
É uma laje;
Possui 2 placas na frente e 1 em cada lateral;
segunda-feira, 29 de setembro de 2014
Praça
Quinze de Novembro, Veranópolis –
Monumento
Carta Testamento de Getúlio Vargas
A placa traz a réplica da carta testamento de
Getúlio Vargas, escrita em 24 de agosto de 1954, momentos antes de sua morte.
A placa esta localizada na Praça Quinze de
Novembro, em Veranópolis. Fixada em uma pedra, esta placa tem partes feitas de
cobre.
A Carta-testamento é a despedida do político
Getúlio Vargas. É desafiadora, agressiva, quase triunfante. É um grito de
guerra, uma convocação ao povo para que leve adiante a luta de sua libertação
iniciada por ele, Getúlio Vargas. A morte não é vista como derrota, mas como
sacrifício redentor, como bandeira de luta. Maciel Filho refletiu o pensamento
do presidente sem ter sobre os ombros o peso da tragédia. Nela, a morte do
político Getúlio Vargas é uma vitória.
Carta-Testamento
Mais uma vez, as forças e os interesses
contra o povo coordenaram-se novamente e se desencadeiam sobre mim.
Não me acusam, me insultam; não me combatem,
caluniam e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e
impedir a minha ação, para que eu não continue a defender como sempre defendi,
o povo e principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto. Depois de
decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros
internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de
libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive que renunciar. Voltei
ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais
aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do
trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a
Justiça da revisão do salário-mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar a
liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás,
mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi
obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem
que o povo seja independente.
Assumi o Governo dentro da espiral
inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas
estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que
importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por
ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos
defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia
a ponto de sermos obrigados a ceder.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a
hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em
silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo que
agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser meu sangue. Se as
aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo
brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. Escolho este meio de estar
sempre convosco. Quando vos humilharem sentireis minha alma sofrendo ao vosso
lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia
para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu
pensamento a força para a reação. Meu sacrifício nos manterá unidos e meu nome
será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal
na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio
respondo com o perdão. E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha
vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse
povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício
ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate.
Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei
contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias,
a calúnia, não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a
minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da
eternidade e saio da vida para entrar na história.
Lourdes
Manoel Maragno: Os locais de encontro sempre foram na praça, onde os jovens se
encontravam para conversar e ter um tempo de lazer para se divertir.
Antigamente sempre íamos com a família como até hoje as pessoas vão.
Sabrina e Angélica
domingo, 28 de setembro de 2014
Monumento em Homenagem ao tropeiros fundadores da Colônia de Alfredo Chaves - Ana Paula e Maiara
Descrição do monumento
O monumento, em sua estrutura, tem base feita com vários retângulos, quadrados e suas demais partes são feitas com formas diferentes, em forma de prismas.
O monumento é feito totalmente de pedra, tendo as placas que estão ao seu redor, que contêm alguns nomes e data, feita de ferro.
Personalidade representada
Os
nomes citados nas fotos abaixo são de participantes da Revolução Farroupilha,
que em 1935 vieram para cá e fundaram a colônia de Alfredo Chaves, para se
abrigarem.
Acontecimentos que originaram a homenagem
O fato
de estes homens terem fundado a colônia de Alfredo Chaves, antiga Veranópolis.
Localização
O
monumento se localiza a direita da igreja matriz, como mostra a imagem. Além
disso, podemos tomar como ponto de referência a parada de ônibus na praça, que
fica quase ao lado do monumento.
Zeni Fiorentin Cazarotto conta que no
passado, o único tempo de lazer que ela tinha, era nos finais de semana, onde
ela ia assistir jogos de futebol com seus amigos, ia acampar na beira dos rios,
ia em festas nos clubes, nas casas de familiares. Atualmente, ela encontra seus
amigos em almoços, na praça, nos clubes que frequenta e em festas.
Ela não se
recorda de nenhum monumento que tenha marcado esses encontros, pois ela morou
em várias cidades e estados diferentes, inclusive hoje, ela reside em MT.
Monumento ao agricultor - Joana Parise e Vanessa Lora
Função: Homenagear os agricultores e imigrantes.
Traz consigo seu instrumento de trabalho, a enxada,
produtos cultivados como o trigo, a uva e o milho.
Está usando roupas simples e eu seu pescoço tem um crucifixo
que demostra a sua religiosidade. Possui um olhar sério, centrado.
Localiza-se no centro da Praça XV de Novembro, o local é
bonito, bem cuidado, arborizado, público de todas as faixas etárias frequentam
o local.
Luiz Parise conta que o tempo para lazer era pouco. Os principais locais de encontro nos finais de semana, era nas festas de capelas, casa de familiares e até mesmo na Praça XV de Novembro, na cidade de Veranópolis. Porém, era difícil ir até a praça, pela distância do centro da cidade e sua moradia.
Luiz, lembra do Monumento ao Agricultor e até brinca, chamando-o de "estátua do preguiçoso", por estar parado à tanto tempo!!!!
sábado, 27 de setembro de 2014
Lugares de encontro - Cleuza Rodrigues Lora
Aqui onde moro, os locais de encontro sempre foram a praça de Santa Helena e a praia artificial que tem na cidade. São os lugares onde os jovens se encontram, fazem festa e se divertem. Antigamente, íamos até esses locais para tomar sorvete, comer na pizzaria, tomar banho de sol, conversar, etc.
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