Alice Scussel e Cristiane Frata
Biografia
de Mansueto Bernardi: Mansueto Bernardi foi um escritor, poeta e político ítalo-brasileiro.
Veio
recém nascido para o Brasil com sua família, que se instalou em Dois Lajeados.
Alfabetizado aos doze anos, formou-se professor primário em Montenegro, porém
continuou sua formação de maneira autodidata. Naturalizou-se brasileiro e lecionou de 1905 a 1907 em Lagoa
Vermelha, logo depois, até 1909 em Veranópolis.
Em 1909, passou em primeiro
lugar no concurso do Tesouro do Estado, sendo promovido sucessivamente.
Chefiou, a partir de 1914, a inspeção de coletorias e da revisão do Imposto na
fronteira e centro oeste do Estado, trabalho que projetou sua carreira
administrativa. Casou-se, em 1915, com Idalina Mariante da Costa com quem viveu toda a
vida.
Foi
também redator da revista lítero-social Kodak e do jornal Correio do
Povo na década de
1910, no qual colaborou até o fim de sua vida.
Em 1917, foi nomeado oficial
de gabinete do presidente da província e, em 1919, secretário da
Presidência do Estado. Em 1918 publicou, pela Livraria do
Globo, o poema Terra Convalescente. Em 1919 foi nomeado
oficial da Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul, assumindo depois outros
cargos públicos.
De
1918 a 1930 foi
fundador e diretor da Revista do
Globo, administrador da Livraria do
Globo e o de um dos fundadores do Almanaque do Globo,
juntamente com João Pinto da Silva, crítico, ensaísta e historiador literário.
Considerado braço direito de Henrique
Bertaso, dono da Livraria do Globo, foi responsável pela divulgação
de importantes escritores gaúchos como: Érico Veríssimo, Mário
Quintana, Pedro Vergara, Manoelito de Ornellas, Vargas Neto, Augusto Meyer, Rui Cirne
Lima, Teodomiro Tostes, Athos Damasceno Ferreira, Darcy
Azambuja, Roque Callage, Rubens de Barcelos, Alcides Maia, Moisés
Vellinho e Zeferino
Brasil. Também selecionava obras de literatura estrangeira para serem
traduzidos e publicados no Brasil.
Foi
responsável pela contratação de Érico Veríssimo, na época praticamente
desconhecido e desempregado, para trabalhar na Livraria do Globo.
Foi
nomeado prefeito de São Leopoldo por Borges de Medeiros. Seu mandato foi bem
realizado e logo depois foi eleito pelo voto direto. Durante sua gestão
construiu a primeira estrada pavimentada do estado, a São Leopoldo – Porto Alegre,
conhecida atualmente como Estrada Velha, também realizou obras de saneamento e
fornecimento de água potável à população.
Realizou,
em 1926,
a primeira reunião dos Contos gauchescos e lendas do sul, de Simões Lopes Neto, já falecido.
Participou
no movimento que veio a culminar na Revolução de 1930, que levou Getúlio
Vargas, de quem era amigo pessoal, à presidência. Participou do
governo Vargas, inicialmente como diretor do Serviço Oficial de Informações e
Controle de Notícias, foi depois nomeado, em 1931, diretor da Casa da Moeda, tendo elaborado o projeto
da criação do sistema monetário nacional, que tinha por base o cruzeiro.
Também redigiu a lei que regulava a extração da Loteria.
Aderiu,
após a revolução, ao movimento integralista, criado por Plínio
Salgado, onde foi membro da Câmara dos Quarenta e, em virtude disso,
preso por ordem da ditadura do Estado Novo em 1938. Solto, logo depois
foi destituído do cargo de diretor da Casa da Moeda e reintegrado à sua função
pública na Secretaria do Interior e da Justiça do Rio Grande do Sul.
Aposentou-se logo depois, em 1942, e retornou para Veranópolis.
Afetado
por uma doença nos olhos, seu final de vida foi dominado pela falta de visão.
A
casa que construiu em 1946, a Vila Bernardi, onde residiu nas últimas duas
décadas de sua vida, com sua biblioteca de
3500 livros, é hoje ponto turístico da cidade de Veranópolis.
Informações sobre o monumento
Localiza-se em Veranópolis, Centro;
Do lado direito da Igreja Matriz;
Está de gravata e terno;
É uma laje;
Possui 2 placas na frente e 1 em cada lateral;
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