Praça
Quinze de Novembro, Veranópolis –
Monumento
Carta Testamento de Getúlio Vargas
A placa traz a réplica da carta testamento de
Getúlio Vargas, escrita em 24 de agosto de 1954, momentos antes de sua morte.
A placa esta localizada na Praça Quinze de
Novembro, em Veranópolis. Fixada em uma pedra, esta placa tem partes feitas de
cobre.
A Carta-testamento é a despedida do político
Getúlio Vargas. É desafiadora, agressiva, quase triunfante. É um grito de
guerra, uma convocação ao povo para que leve adiante a luta de sua libertação
iniciada por ele, Getúlio Vargas. A morte não é vista como derrota, mas como
sacrifício redentor, como bandeira de luta. Maciel Filho refletiu o pensamento
do presidente sem ter sobre os ombros o peso da tragédia. Nela, a morte do
político Getúlio Vargas é uma vitória.
Carta-Testamento
Mais uma vez, as forças e os interesses
contra o povo coordenaram-se novamente e se desencadeiam sobre mim.
Não me acusam, me insultam; não me combatem,
caluniam e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e
impedir a minha ação, para que eu não continue a defender como sempre defendi,
o povo e principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto. Depois de
decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros
internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de
libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive que renunciar. Voltei
ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais
aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do
trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a
Justiça da revisão do salário-mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar a
liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás,
mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi
obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem
que o povo seja independente.
Assumi o Governo dentro da espiral
inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas
estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que
importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por
ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos
defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia
a ponto de sermos obrigados a ceder.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a
hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em
silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo que
agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser meu sangue. Se as
aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo
brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. Escolho este meio de estar
sempre convosco. Quando vos humilharem sentireis minha alma sofrendo ao vosso
lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia
para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu
pensamento a força para a reação. Meu sacrifício nos manterá unidos e meu nome
será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal
na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio
respondo com o perdão. E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha
vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse
povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício
ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate.
Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei
contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias,
a calúnia, não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a
minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da
eternidade e saio da vida para entrar na história.
Lourdes
Manoel Maragno: Os locais de encontro sempre foram na praça, onde os jovens se
encontravam para conversar e ter um tempo de lazer para se divertir.
Antigamente sempre íamos com a família como até hoje as pessoas vão.
Sabrina e Angélica
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