domingo, 7 de setembro de 2014

Trabalho e Educação- Ilírio Pessin (Titi)


Os meus primeiros três anos de escola foram na escolinha de Vila Azul. Todas as turmas estudavam juntas e a nossa professora era a Dona Guilhermina Sassi, nós a respeitávamos muito, nunca faltei com respeito a ela. Nós não tínhamos aquela história de ameaças na escola, a professora não batia e nem ameaçava aluno nenhum. Lembro que o meu pai Fioravante Afonso Pessin, ele contava que estudava somente com uma pedra lisa e uma pedrinha branca, então ele escrevia na pedra lisa com a pedrinha branca, depois eles tinham um pedaço de pano velho, apagavam e continuavam escrevendo. 
Bom depois desses 3 anos na escola em Vila Azul meu pai quis me por em uma escola “melhor”, então eu fui estudar nos Maristas, lá eu tinha aula de manhã e de tarde, todos os dias, sendo que eu subia de apé ou de bicicleta, seja no calor infernal do verão ou no inverno rigoroso com palmos de neve. Depois de um tempo meu pai começou a pagar uma mulher e eu ia comer na casa dela, eu e o meu irmão que também estudava comigo. O pai pagava muito bem ela e ela me fazia cada comida, era arroz e polenta quase todos os dias, só isso.
Em casa mantínhamos muito respeito com os pais, era só o pai olhar para a gente que nós já intendíamos. A mãe já era bem mais compreenssível, mais afetiva conosco. Mas na mesa conversávamos bastante, sobre a escola, sobre o dia, o que teve de diferente de especial...
Como tínhamos a fábrica de palhas que foi construída, fizemos muitas casas para abrigar os empregados, então eu com 10 anos já comecei a trabalhar, eu já dirigia a camionete. Eu ia até o Carrascone, que vendia tijolos, carregava, pagava e voltava com a camionete sozinho e ainda descarregava tudo sozinho, além do resto, que o que precisava, me chamavam eu ajudava. Já o meu irmão vivia jogando futebol, e o pai “guai dio pelo futebol né”.

Bom na fábrica de palhas, nós comprávamos carroçadas de palha bruta que vinham da colônia de todas as partes e de todos os tamanhos, formas, espessuras... Quando chegavam aqui, elas eram cortas de diferentes tamanhos, ai eram classificadas pela espessura, por melhores, piores, pelos tamanhos e cores. Então as meninas amarravam as palhas com um brabante em maços de 25 palhas. Elas eram colocadas em uma prensa com era passado papel celofane ao redor e eram rotulados todos os macinhos. Antes de serem despachadas, as palhas eram colocadas, em um local como se fosse uma bote, e la queimávamos enxofre e a fumaça deixava as palhas mais claras e bonitas. Depois todas as palhas eram carregadas em caminhões aqui de casa e a cada 15 dias um caminhão saia carregado para entregar palha em São Paulo, todas palhas só eram mandadas para São Paulo, na fábrica de cigarros que se chamava “Irmãos Caruso".
Também tivemos bastante empregados na fábrica de explosivos que era uma sociedade do pai e mais dois homens. E também na fábrica de tintas automotivas.
Na colônia nós tínhamos criação de porcos e também parrerais de uva Itália e pêssegos que eram todos empacotados na planta com saquinhos de papel celofane para não pegar bichos e nenhuma peste. Os pêssegos e as uvas eram enormes.

Também tinha bastante trabalho na pedreira, e lá fazíamos bastante pedras para moer o milho, usávamos os explosivos da fábrica para explodir as rochas.

Enfim, trabalho era o que não faltava!!!!



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